O projeto PAPER TRAILS assegurou a edição de um volume da Revista Ge-conservación (https://ojs3.ge-iic.com/index.php/revista) a ser publicado em 2023 com o título PAPER TRAILS: Post-industrial histories, technical memories and art practices. O volume em causa será editado por Hermínia Sol, Federica Martini, Renata Faria Barbosa e Ricardo Triães e conta com uma Comissão Científica externa à revista que fará a avaliação dos artigos seguindo o sistema blind-review.

 

ATUALIZAÇÃO: O volume em causa foi publicado como um Special Issue integrado no N.24 da revista Ge-Conservación a 15/12/2023, tendo-lhe sido atribuído o DOI: https://doi.org/10.37558/gec.v24i1.1286

O N.º 24 completo da Ge-Conservación pode ser consultado e descarregado aqui: https://ge-iic.com/ojs/index.php/revista/issue/view/25

 

Comissão Científica do Special Issue

Ana Bela Morais - CEComp, Universidade de Lisboa, Portugal

Ana Torrejais - Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes, São Paulo, Brasil

Cecília Pérez Winter - CONICET/ Universidad de Buenos Aires, Argentina

Fernando Costa -TECHN&ART, Instituto Politécnico de Tomar, Portugal   

Graça Filipe - HTC, Universidade Nova de Lisboa, Portugal

Inês Serrano - TECHN&ART, Instituto Politécnico de Tomar, Portugal

Jaelson Bitran Trindade - ARTIS, Universidade de Lisboa/ Membro do Conselho do Fundo de Pesquisa do Museu Paulista, Univ. São Paulo, Brasil 

João Coroado - TECHN&ART, Instituto Politécnico de Tomar, Portugal    

Jorge Custódio - Associação Portuguesa de Arqueologia industrial/ IHC, Universidade Nova de Lisboa, Portugal

Leonor Loureiro - West Dean College, Reino Unido

Luís Mota Figueira - GOVCOPP, Universidade de Aveiro/ TECHN&ART, Instituto Politécnico de Tomar, Portugal   

Luís Pereira -TECHN&ART, Instituto Politécnico de Tomar, Portugal   

Luiz Oosterbeek - UNESCO - CIPSH/CGEO, Univ. de Coimbra/ Instituto Politécnico de Tomar, Portugal

Marisa P. de Brito - Breda University of Applied Sciences, Países Baixos

Silviu Miloiu - Valahia University, Roménia

Zoltán Somhegyi - Károli Gáspár University of the Reformed Church, Hungria

 

 

CHAMADA PARA ARTIGOS

Os sítios de património industrial trazem frequentemente à lembrança vivências, com laivos nostálgicos, de um tempo passado. Contudo, a sua abundância suscita, de igual modo, preocupações legítimas quanto ao seu futuro. Nas últimas décadas, têm sido exercidas pressões, sobretudo resultantes da emergência de novas políticas relativas ao planeamento urbanístico e à salvaguarda do património, no sentido de reutilizar ou transformar construções existentes segundo as leis do património (Oeverman & Mieg, 2015; Douet, 2016). A escala da obsolescência tecnológica, os sucessivos processos pós-industriais e de desindustrialização colocam dúvidas quanto ao número de edifícios preservados bem como em relação ao que deve ser mantido quando a produção industrial terminar. Será que todos os edifícios industriais, agora em desuso, devem ser preservados? E, preservá-los para quê? Quais são as comunidades implicadas e comprometidas na construção deste património? E que formas de preservação devem ser realizadas na manutenção tanto de memórias materiais, como de imateriais, que as experiências industriais envolvem?

No seguimento das orientações do Conselho da Europa de 2010 em diante, as práticas integradas de conservação e revitalização ajudaram a tirar a noção de património industrial da esfera da memória e voltaram a colocá-la na esfera produtiva. Muito embora, desde a década de 70, as reconversões industriais tenham frequentemente resultado numa transformação de um local industrial para um local cultural (Steyerl, 2009), a estética industrial do século XXI muda e reajusta-se às atuais regras económicas e modos de trabalho. Ao mesmo tempo, reconversões históricas como as tiers-lieu francesas (terceiros lugares) - sítios industriais que foram convertidos em sítios culturais nos anos 90 - tornaram-se, mais uma vez, vulneráveis sob a pressão de novas políticas de marketing territorial. Neste contexto de mudança, novas formas de conservação emergem através dos estudos patrimoniais, dos estudos de memória e de práticas artísticas que advogam a inclusão orgânica da memória dos trabalhadores e dos conhecimentos técnicos no processo de preservação com a arquitetura física dos edifícios industriais.

Em simultâneo, reflexões mais recentes sobre a utilização de processos criativos relativos à conservação do património industrial estão a desafiar posições mais ortodoxas sobre a ética da conservação (Holtorf, 2020). Estas opiniões argumentam que os legados passados, longe de estarem completos, refletem a alteração das perceções do passado à medida que o tempo passa. Em alguns casos, vão ainda mais longe e defendem a adoção de uma estratégia que incorpore a criatividade na conservação de bens do património profundamente danificados (Ireland, 2015). Esta abordagem visa, também, dotar os objetos com interesse criativo e, desse modo, auxiliar processos de tomada de decisão sobre a nova forma e vida que lhes será dada, considerando, ao mesmo tempo, o significado da preservação do património para as gerações futuras.

O volume PAPER TRAILS: Post-industrial histories, technical memories and art practices visa questionar os contextos culturais, sociais e económicos contemporâneos onde o património industrial se encontra inserido. Visa igualmente promover uma abordagem interdisciplinar, invocando a conservação e restauro do património industrial, mas recorrendo também a perspetivas emanadas dos estudos de memória e dos estudos artísticos. Com isto em mente, o volume propõe-se examinar os modelos atuais de conservação do património industrial tangível e intangível através da conservação e restauro, da arquitetura, dos estudos de memória e de práticas artísticas, expondo, ao mesmo tempo, os conflitos que estes diferentes pontos de vista podem acarretar.

O volume convida à submissão de artigos tendo em consideração as seguintes orientações (não se limitando, porém, às mesmas):

- exemplos recentes de técnicas de conservação/restauro usadas em edifícios industriais devolutos;

- exemplos de edifícios industriais reconvertidos tendo a ideia de sustentabilidade por base (vulnerabilidades materiais de edifícios industriais reconvertidos);

- o impacto ecológico da conservação/restauro do património industrial;

- conservação/preservação, com propósitos artístico-criativos, de edifícios industriais como um ato de empoderamento criativo e social;

- a transformação do património industrial através da cocriação e da apropriação artística;

- os processos artísticos de base comunitária, cujas narrativas se direcionam para contextos pós-industriais; e

- as memórias narrativas controversas e discordantes das narrativas oficiais relacionadas com o património industrial (representatividade, escolhas e técnicas de intervenção).

 

 Fontes:

Oeverman, H., & Mieg, H. (2015). Industrial Heritage Sites in Transformation: Clash of Discourses. Routledge.

Douet, J. (2016). Industrial heritage re-tooled: The TICCIH guide to industrial heritage conservation. Routledge.

Holtorf, C. (2020). Conservation and Heritage as Creative Processes of Future-Making. International Journal of Cultural Property, 27(2), 277-290.

Ireland, T. (2015). The ethics of visibility: Archaeology, conservation and memories of settler colonialism. In The ethics of cultural heritage (pp. 105-125). Springer, New York, NY.

Steyerl, H (2009) Is a museum a factory? e-flux #7. Available at: https://asmedia.s3.amazonaws.com/c7745b0e21bdda11e19c1a3341014933/_nG1HXI8dM.pdf (accessed 3 February 2022).

 

CALENDÁRIO

5 de maio de 2023

Prazo para entrega de artigo completo

 

ORIENTAÇÕES PARA A SUBMISSÃO DE ARTIGOS

Como parte do processo de submissão, os/as autores/as devem verificar a conformidade da submissão em relação a todos os itens listados a seguir. As submissões que não estiverem de acordo com as normas não serão consideradas. Assim sendo, é importante que as instruções que se seguem sejam criteriosamente seguidas.

  • O ficheiro enviado terá de estar em formato Microsoft Office Word® (*.doc);
  • Quando possível, os links Web e DOI das publicações usadas como fontes devem ser referenciadas na bibliografia;
  • A fonte do texto é em Garamond com espaçamento simples e justificado; início dos parágrafos sem avanço; um espaçamento de 12 pontos entre parágrafos; todas as páginas devem estar numeradas; todas as ilustrações, figuras e tabelas estão dentro do texto no local que lhes corresponde e não no final do mesmo; usa-se itálico em vez de sublinhado (com exceção das direções URL);
  • O texto deverá seguir o sistema Harvard de citação bibliográfica;
  • O texto deverá seguir as instruções requeridas para ser revisto por pares segundo o sistema blind-review.

Para além disso, as colaborações submetidas para publicação devem ser inéditas e, portanto, não devem ter sido previamente publicadas, estar a aguardar publicação ou ter sido submetidas noutro local. Qualquer outra situação deve ser sinalizada e devidamente referenciada pelos/as Autores/as e será analisada pelos/as Editores/as, caso a caso, com o objetivo último de garantir a transparência e salvaguardar a originalidade do artigo. O não cumprimento destes princípios constitui fundamento para a rejeição de um manuscrito, pelo que se sugere que sejam consultados o modelo, disponível para ser descarregado, e as orientações disponibilizadas para o efeito.

Um Comité Científico externo à revista fará a avaliação dos artigos seguindo o sistema de blind-review. A aprovação ou recusa do artigo e, quando necessário, as sugestões de alteração do conteúdo, serão comunicadas por correio eletrónico, aos/às autores/as.

A apresentação dos textos será corrigida pelo Conselho de Redação. Os/as autores/as poderão rever as correções de acordo com os prazos estipulados no programa. Já a revisão dos textos e qualidade linguística dos mesmos é da inteira responsabilidade dos /as autores/as. Ademais, a Ge-Conservación não se responsabiliza pela informação existente nos artigos nem se identifica, necessariamente, com ela.

Idioma do artigo. Os artigos podem ser submetidos em um dos seguintes idiomas: espanhol, inglês ou português. Os textos devem ter título e resumo em espanhol e inglês e, se forem escritos em português também devem ser acompanhados de título e resumo nesse mesmo idioma.

Os/as autores/as devem preparar os originais de acordo com as seguintes orientações:

 

  1. Apresentação de artigos originais.

Os/as autores/as devem enviar o artigo em versão digital para o endereço eletrónico pptrails@gmail.com até à data estabelecida como prazo. Na eventualidade de os/as autores/as não conseguirem cumprir com essa data, deverão contactar os editores, através do email anteriormente fornecido, no sentido de solicitar a extensão do prazo por um período não superior a 10 dias seguidos.

Organização dos ficheiros

O título do ficheiro de texto terá por base o nome do/a autor/a e este/a deverá apresentar a lista completa dos ficheiros enviados. Poderá ser usada uma pasta para facilitar o envio.

Ex.

PAPERTRAILS_APELIDO_nome_index (pasta com todos os ficheiros enviados)

PAPERTRAILS_VALLA_margarida_index.doc

 

PAPERTRAILS_APELIDO_nome_artigo (texto do artigo em MS Word® *.doc)

PAPERTRAILS_VALLA_margarida_artigo.doc

 

PAPERTRAILS_APELIDO_nome_ilustrações (ilustrações e respetivas legendas em Microsoft Office Word® *.doc).

PAPERTRAILS_VALLA_margarida_ilustrações.doc

 

PAPERTRAILS__APELIDO_nome_cv (nota biográfica de cada autor/a incluindo endereço postal, e-mail address e ORCID se possível. Fonte: Garamond, 10pt, letras normais, em MS Word® *.doc)

PAPERTRAILS_VALLA_margarida_cv.doc

 

PAPERTRAILS_APELIDO_nome_foto (uma fotografia de cada autor/a em formato JPEG e com qualidade suficiente para ser publicada na Web, 200 pps)

PAPERTRAILS_VALLA_margarida_foto.jpg

 

A quantidade máxima de palavras permitidas por artigo é de 6000 (incluindo bibliografia, notas, legendas, etc... .).

Os manuscritos devem incluir:

  • Título: este deve ser curto. Os títulos, excessivamente, compridos poderão ser corrigidos. Tamanho de letra: 14 pontos.
  • Duas folhas de rosto, uma com a identidade expressa dos/as autores/as e outra sem qualquer referência a autores/as, contendo apenas o título.
  • Nome do autor/autores debaixo do título e que inclua o nome completo e e-mail e o número ORCID, se disponível. Tamanho de letra: 11 pontos.
  • Resumo/Abstract: o corpo do texto deve estar precedido por um resumo, entre 100 a 150 palavras, em espanhol e inglês, independentemente, do idioma que tenha sido escolhido para a redação do artigo. Tamanho de letra: 10 pontos.
  • Palavras-chave: de 4 a 8 palavras-chave, em letras minúsculas, debaixo do resumo, em espanhol e inglês. Estas palavras devem descrever os pontos mais importantes do texto, tais como o tema principal (e.g. conservação), os materiais investigados, a metodologia empregue, etc. Estas palavras-chave, também, podem ser termos compostos (e.g. conservação preventiva). Tamanho de letra: 10 pontos.
  • O texto: Tamanho de letra: 11 pontos. Títulos: negrito, 11 pontos.
  • Notas: Não utilizar o sistema automático do programa. Devem ser inseridas no texto através de letras acima do texto1. As notas ou referências devem estar no fim do texto, antes da bibliografia e ser numeradas arabicamente, de forma consecutiva. Tamanho de letra: 10 pontos.
  • Bibliografia: Tamanho de letra: 10 pontos
  • Breve curriculum dos autores que inclua direção e e-mail. Tamanho de letra: 10 pontos.
  • Lista de legendas de figuras, tabelas ou gráficos que incluam os créditos de que se tenham obtido as autorizações de reprodução. Tamanho de letra: 10 pontos.
  1. Imagens e tabelas

São admitidas até um máximo de 10 imagens: figuras, gráficos, etc... . Deve ser indicada a sua localização no texto principal através de uma referência entre parêntesis retos, numerados sequencialmente: [figura 1], [figura 2], [tabela 1], etc. As que estão em modo link (para as quais não há um limite estabelecido), devem ser indicadas entre parêntesis recos [www.ge-iic.com].

As imagens são enviadas em formato JPEG e com qualidade suficiente para permitir a sua publicação Web (200 pps.). O/a autor/a poderá enviar as imagens intercaladas no texto ou em arquivos independentes, identificados com o nome do/a autor/a. Em todos os casos, têm que ser acompanhados por um arquivo em formato Microsoft Office Word® com o índice de figuras e as respetivas legendas.

 

  1. Autorizações

É da responsabilidade dos/as autores/as a obtenção de todas as autorizações para a reprodução do material com copyright que irá aparecer na publicação. Isto inclui, quer as fotografias, quer as tabelas e ilustrações já publicadas.

Os/as autores/as têm a responsabilidade de solicitar as autorizações de reprodução. As cópias destas autorizações são entregues com o texto.

Por favor, leia a declaração de direitos de autor na política de privacidade do sítio https://ge-iic.com/ojs/index.php/revista/about/submissions